Discurso Parlamentar - 25/04/2023

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O SR. GUSTAVO GAYER (PL – GO. Sem revisão do orador.) – Presidente, venho falar aqui hoje não como Deputado, mas como professor que trabalha na educação há 24 anos. Eu fico muito triste quando vejo que, em vez de se tentar resolver o problema na raiz, tenta-se colocar um Band-Aid num buraco de bala. Eu não sou contra o aumento de esforços para melhorar a educação. O que acontece é que esse tipo de ação não vai surtir o efeito desejado. Mais da metade dos alunos — a nossa futura geração — que se formam no ensino médio público é analfabeta funcional e é incapaz de fazer cálculos básicos de matemática. Aí, eu pergunto: 1 ano a mais, com uma matéria a mais no período da tarde, vai resolver o problema de uma pessoa que está prestes a fazer o ENEM e é analfabeta funcional? V.Exas. acham, realmente, que assim vamos resolver esse problema? Não seria muito melhor se o valor que está sendo separado para esse tipo de atividade fosse empregado na educação básica, na alfabetização? Tentar resolver esse problema minutos antes de um momento decisivo, em que o aluno fará a escolha da sua carreira no ensino superior, não vai surtir o efeito desejado. O que me preocupa é que essa constante e rotineira abordagem para resolver os problemas da nossa educação dá uma falsa sensação de que estamos agindo para melhorar a situação. Mas isso simplesmente eterniza, perpetua a ineficiência da educação brasileira, principalmente no ensino público. Eu acredito, e todos nós acreditamos, por mais que haja divergência no espectro político, que a educação de um país é o pilar fundamental da prosperidade e da democracia. Mas o que nós estamos vendo aqui é uma ineficiência desta Casa em olhar para a raiz do problema, enquanto levanta uma bandeira de que estamos resolvendo, colocando um Band-Aid num buraco de bala. Não é que eu seja contra o projeto. Eu sou contra essa visão que evita olhar para a raiz, para a origem. O problema está na educação básica, numa péssima alfabetização no nosso País. Oferecer a um aluno que teve uma educação de péssima qualidade, prestes a fazer o ENEM, mas analfabeto funcional, incapaz de fazer cálculo básico de matemática, incapaz de reconhecer o Brasil no mapa, 1 semestre ou 1 ano a mais por um período no dia de aula não vai resolver o problema, principalmente quando isso acontecerá na mesma instituição que foi incapaz de alfabetizá-lo. Então, eu deixo aqui, como minhas últimas palavras, um pedido: vamos focar os nossos esforços — e nós somos capazes de resolver o problema da educação se fizermos isto —, no início, na educação básica, na alfabetização. Tentar jogar 2 horas ou 3 horas a mais durante 1 semestre ou 1 ano não vai resolver o problema.

Tags: Discussão, Projeto de lei ordinária

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