O SR. LUIZ PHILIPPE DE ORLEANS E BRAGANÇA (PL – SP. Sem revisão do orador.) – Obrigado, Presidente. Gostaria de parabenizar o reformista que foi selecionado para as eleições da Argentina, que é o Milei. É muito importante a figura do Milei, porque o desafio que ele tem é monumental. Ele tem que combater um Estado que se petrificou ao longo de quase cem anos, desde que Perón iniciou uma série de reformas e umas políticas populistas, o que depois veio a ser o peronismo. Isso se solidificou na Argentina, virou o Estado social da Argentina. Mas o que é o peronismo, afinal? O peronismo é uma mistura de socialismo, assistencialismo, sindicalismo, corrupção, alta inflação, ineficiência estatal, geração de alta pobreza e instabilidade política. Isso é o peronismo. Depois de cem anos, nós podemos passar esse julgamento: alta instabilidade política. É isso o que o Milei tem que combater. Isso é muito similar ao que temos aqui no Brasil. É um Estado petrificado que faz tudo para todo mundo, que regulamenta absolutamente tudo na vida de todo indivíduo, na vida de todo empresário, empreendedor, pequeno, médio e grande, e que cria uma perversão do sistema em que somente os grandes conseguem sobreviver. Somente os grandes conseguem sobreviver com alta regulamentação e alta tributação. Para a população, não é nada disso. Para a população, o peronismo é bondade. Para a população, o que temos aqui como Governo é bondade. Mas a verdade é essa: são modelos que matam a população com bondades! É isso o que o Milei está enfrentando, com a cara lavada, dura, franca e está sofrendo. Há muita resistência, não tenho a mínima dúvida. Há uma série de dependências que vem com esse modelo, que são dependências históricas. Ele vai ter que vencer isso. Espero que ele tenha a maioria para poder vencer isso, mas espero, sobretudo, que a população entenda o problema, porque o que acontece sistematicamente também é que todos que aparecem para reformar o sistema não têm uma proposta efetiva contra o sistema que afete as bases do sistema. O Milei parece que tem, mas a população não entende isso. A população entende: Olha, esse sistema está me matando. Eu vou pela opção, mas não sabe bem o que é a opção. É um voto de fé, é um voto de risco, porque o momento é desesperador, com mais de metade da população argentina na pobreza. No início do século XX, a Argentina era um dos países mais ricos do mundo. Rico como argentino era o termo que usavam. Desapareceu esse termo, porque o peronismo se solidificou na Argentina. Boa sorte, Milei! Boa sorte, povo argentino! Vocês têm que estar conectados visceralmente pelo coração e pela cabeça, porque o sistema é muito complexo e exige da população consciência de como desarticular o sistema. Eu digo isso ao povo argentino, ao Milei e digo isso também ao povo brasileiro, porque temos exatamente o mesmo problema aqui no Brasil. Muito obrigado, Presidente e colegas.