O SR. POMPEO DE MATTOS (Bloco/PDT – RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, eu tenho lutado desde 2002 para que nós pudéssemos isentar de IPI a aquisição de cadeiras de rodas, tanto a cadeira convencional quanto a cadeira elétrica, e de aparelhos auditivos, duas ferramentas importantes para as pessoas que têm deficiência, especialmente as mais pobres. Precisamos ajudar de uma maneira muito generosa e compreensiva a isentar de IPI a cadeira de rodas. Em 2002, a Medida Provisória nº 9 isentou de IPI os veículos automotores, e eu apresentei uma emenda isentando a cadeira de rodas, emenda que foi aprovada. Pasmem! O então Presidente Lula vetou. Ou seja, IPI para carro, ele zera; agora, isenção de IPI sobre cadeira de rodas para o deficiente pobre, não, tem que pagar. É lamentável que o Presidente Lula tenha sido assessorado dessa maneira. Eu não desisti, continuei e apresentei, em 2003, o PL 2.472, que zerava o imposto sobre cadeira de roda e aparelho auditivo. Andou, andou e foi arquivado. Não desisti e, em 2015, apresentei o PL 13.111, que teve o parecer da Deputada Soraya Santos aprovado, mas não veio a plenário ele continua tramitando até hoje. Eu persisti, inclusive a pedido da querida Deputada Soraya, e apresentei o PL 3.998 insistindo em zerar o IPI sobre a cadeira de roda e o aparelho auditivo. Se o deficiente pode ter o IPI de carro zerado, muito mais ele necessita ter o aparelho auditivo, no caso da deficiência auditiva, ou a cadeira de roda, quando a questão é de mobilidade. É para o pobre! É um grande contrassenso nós aprovarmos um projeto, e o pobre deixarmos na mão. Por isso, a minha luta em favor de zerar o IPI. Vou encerrar, Presidente. Dia 25 de agosto é o Dia da Legalidade. Esse levante gaúcho liderado pelo Dr. Brizola visava garantir a posse do João Belchior Marques Goulart, quando Jânio Quadros renunciou à Presidência da República, e o Jango era o Vice dele. Brizola levantou o Rio Grande em argumentos de legalidade na Rádio Guaíba, fez com que o golpe não acontecesse, e Jango pudesse assumir. Eu aprovei aqui nesta Casa a Lei nº 6.044, de 2002, que reconhece o 25 de agosto como o Dia Nacional da Legalidade, do respeito à democracia, dos valores. E Brizola, com o trabalhismo, foi o grande protagonista daquele momento. Por isso, Presidente, eu quero celebrar essa data. E a Casa por iniciativa da Mesa Diretora, da Deputada Maria do Rosário, do Deputado Pompeo de Mattos, do Deputado Afonso Motta, da bancada do PDT está, inclusive, passando no Auditório Nereu Ramos o filme Legalidade, de Zeca Brito, que mostra exatamente a saga do levante gaúcho. Eu escrevi uma décima com mais de 50 estrofes, que, peço, fique registrada nos Anais desta Casa. Mas quero deixar aqui uma estrofe, que diz assim: Brizola e a legalidade. Quem não lembra Dr. Brizola, dos feitos e do teu jeito Quando tu abrias o peito na rede da legalidade Com a razão e com a verdade Tendo o povo do teu lado no palácio entrincheirado Deu mostras de valentia, de coragem, de fidalguia Cumprindo a Constituição, dando provas à Nação De amor à democracia. A legalidade é um exemplo da democracia, porque fez com que a lei fosse cumprida, a Constituição fosse respeitada, o Vice-Presidente assumisse, e o País tivesse a normalidade. É por isso que nós pedetistas trabalhistas somos defensores incondicionais da democracia, a qualquer modo, a qualquer jeito, em qualquer condição. Se a democracia fosse fácil, não teriam experimentado a ditadura. Por ser difícil a democracia, às vezes aparece a ditadura. Mas, para nós, democracia sempre, e ditadura nunca mais! E viva a legalidade!