O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (Bloco/PP – ES. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, estimativa dos economistas aponta déficit primário até 2026. Essa é a aposta contra as previsões de Haddad sobre o novo arcabouço fiscal, que já virou, na verdade, fake news, uma grande peça de ficção. O novo arcabouço fiscal proposto pelo Ministro Haddad para substituir o teto de gastos, pelo qual o total de despesas de um ano é limitado pelo valor do ano anterior, corrigido pela inflação, nem foi aprovado em definitivo aqui na Câmara, depois de ter sido modificado pelo Senado. Segundo todos os especialistas, já se tornou uma peça de ficção. De acordo com os dados mais recentes do boletim Focus, do Banco Central, as metas fiscais previstas pelo novo arcabouço fiscal para o período de 2023 a 2026, calculadas com base no aumento de receitas e não no corte de despesas, estão bem mais otimistas do que aponta a estimativa dos economistas dos bancos. Pelas previsões, as contas públicas devem fechar 2023, pelas contas do Governo, em 0,5% do PIB, zerar o déficit em 2024, atingir superávit de 0,5% em 2025 e 1% em 2026, com tolerância de 0,25%. Na avaliação de especialistas, porém, conforme os números do Focus, apurados com base nas estimativas, o déficit de 2023 deverá ser de 1%, o dobro do previsto pelo Governo. Nos anos seguintes, a projeção dos economistas das instituições financeiras é de que o Orçamento vai continuar no vermelho, com déficit equivalente a 0,8%, 0,5%, 0,35% do PIB, em 2024, 2025 e 2026. Sr. Presidente, isso confirma e mostra um indicativo que é certo. Muitas vezes, as previsões do Ministro Haddad são catastróficas e acabam desmentidas pela realidade. Foi assim, por exemplo, em relação à dívida pública, a respeito da qual ele fez previsões totalmente erradas, equivocadas. Diante disso, podemos dizer que o mais provável é que as previsões do mercado se concretizem e que as do Governo sejam frustradas, como sempre. Aliás, construir números e ficções é especialidade deste Governo. O País continuará a registrar déficit primário até 2026, ampliando a dívida pública, principalmente se o Governo Lula insistir, ao buscar equilíbrio fiscal, em não cortar gastos e ampliar de forma considerável as despesas. No fim, isso vai acabar fazendo com que os juros se mantenham em nível elevado. Se o Governo continua turbinando os custos da rolagem da dívida e contendo a expansão da economia, aumenta a desconfiança do setor privado quanto à situação fiscal e ao futuro dos negócios. É lamentável esse arcabouço fiscal. Como eu disse, já virou peça de ficção e fake news. E vamos ter que votá-lo na semana que vem. Votarei contra, naturalmente, porque ele se junta àquela PEC emergencial. Temos que registrar para o Brasil que o Governo Lula não quer baixar os juros, não quer baixar a inflação, porque só quer aumentar as despesas e jamais cortar gastos. Sr. Presidente, peço que este pronunciamentos seja divulgado no programa A Voz do Brasil. Muito obrigado.