Ao defender sua presença em eventos, Barroso disse que o Brasil ainda carrega um preconceito contra a livre iniciativa e os empresários em geral’
Durante o mês de maio, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, participou de seis eventos patrocinados por
empresas que têm interesse em julgamentos que aguardam desfecho no STF.
Barroso voltou a ser alvo de críticas depois de participar de um jantar beneficente na casa do CEO do IFood, Diego Barreto, no dia 22 de maio. Na
ocasião, Barroso foi flagrado ao cantar Garota de Ipanema ao lado de Diego Barreto e da cantora Paula Lima
O evento teve como objetivo arrecadar fundos para apoiar uma iniciativa do Conselho Nacional da Justiça (CNJ) que oferece bolsas para o ingresso de
candidatos negros e indígenas na magistratura.
Ao abrir a sessão do CNJ no dia 27 de maio, Barroso chamou de “incultos” todos que o criticaram pela presença no evento e disse que as críticas foram
feitas pela imprensa com interesse de “vender jornais”.
O iFood tem interesse em temas discutidos no STF sobre o reconhecimento de vínculo empregatício entre entregadores e plataformas de delivery.
Agenda do ministro incluiu evento nos EUA patrocinado pela JBS
Antes da performance musical ao lado do CEO do iFood, Barroso particiou de três eventos nos EUA. Um dos eventos tinha o patrocínio da JBS, dos irmãos
Wesley e Joesley Batista.
Os empresários não estavam entre os palestranres, mas Wesley Batista acompanhou o evento. A JBS, maior processadora de carne do mundo, tem
interesses em julgamentos do STF sobre temas diversos.
Grande parte dos processos que tramitam no STF e envolvem a JBS tem origem nos desdobramentos da Lava Jato.
Ainda nos EUA, Barroso participou de eventos organizados pela Lide Brasil e pela revista Veja. Os dois eventos reuniam 30 patrocinadores, dois deles com
interesses em processos no STF.
Barroso foi a evento de advogado que defende clientes em ações no STF
No início do mês de maio, o ministro participou de uma cerimônia na casa do advogado Fernando Cavalcanti, então vice-presidente da empresa Nelson
Wilians Advogados, responsável por ações no STF que envolvem dezenas de clientes.
Todos os processos que contam com a atuação do grupo pedem ao STF a derrubada de decisões da Justiça do Trabalho que reconhecem vínculo empregatício entre ex-funcionários e empresas.
O compromisso que fechou a agenda de eventos do ministro no mês de maio foi organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na segunda-feira 26. A CNI está envolvida em aproximadamente 30 processos no STF.
Para Barroso, críticas revelam “preconceito”
No sábado 7, enquanto participava de um evento no Guarujá (SP), Barroso disse que o Brasil ainda carrega um “preconceito contra a livre iniciativa e
contra os empresários em geral”.
Em nota à Folha de S.Paulo, o STF defendeu a atuação de Barroso e disse que o ministro conversa com advogados, indígenas, empresários rurais, jornalistas e
outros segmentos da sociedade.
Fonte: Revista Oeste
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