Olá! Eu gostaria de começar essa jornada fazendo uma pergunta básica e simples para você? De quem é a culpa por tudo aquilo que você acha que está errado no país? Calma, respira e pensa um pouco antes de responder.
Sinceramente, é muito fácil responder que a culpa é “dos outros”. O mais difícil é assumir a própria culpa nesse contexto e entender que cada um de nós temos a nossa parcela de culpa nisso tudo.
A primeira coisa que temos que fazer é observar. Sim, observar os pequenos detalhes que acontecem diariamente na nossa rotina, na pequena parte de mundo em que vivemos, na nossa pequena amostra.
Não adianta nada somente ficarmos cobrando “dos outros” pelo que achamos que está errado em nosso país. Principalmente quando não fazemos a nossa parte.
Vou deixar mais uma pergunta no ar. O que você acha de um político corrupto que rouba dinheiro público para si, quando esse dinheiro deveria ser empregado, por exemplo, na saúde e na segurança públicas? O que você acha que deveria acontecer com ele? Qual a punição adequada?
Eu acredito realmente que a punição deveria ser bastante severa. Afinal, quando se rouba dinheiro que poderia ser investido na saúde pública, na verdade, estamos presenciando uma situação que leva milhares de pessoas rumo à morte.
Quando se desvia dinheiro público que poderia ser investido na segurança pública, o que isso significa na realidade? Insegurança total e medo na população que paga os impostos e que não tem o que deveria ter. As consequências? Violência, medo, mortes, roubos, assaltos, seguros de carros, produtos e serviços mais caros, poder paralelo ao Estado, e por aí vai. É uma lista interminável de consequências terríveis.
Mas por qual motivo não há punições severas e justiça real nesses casos? Será que a culpa é “dos outros”? Será que a culpa é somente dos políticos, dos maus gestores públicos e da “justiça”?
Se isso acontece da forma que acontece, não teríamos a nossa parcela considerável de culpa nesse contexto?
Bom, é uma questão para ser pensada. Afinal, quem hoje faz o que faz nos representa, não é mesmo? As democracias são assim. Nós elegemos grande parte dos nossos representantes. Eles são uma amostra do todo. São o nosso espelhamento.
Vamos voltar à nossa rotina. Será que gostamos mesmo de que as regras sejam respeitadas? Será que verdadeiramente somos a favor a aplicação das leis e das regras, inclusive para nós mesmos, ou somente para “os outros”?
Vamos a um exemplo básico. Quando estamos no trânsito, por exemplo, o que achamos de pessoas que não obedecem a um simples sinal de trânsito? O que achamos de motoristas que estacionam seus carros em locais proibidos? O que achamos dos ciclistas que não respeitam sinais vermelhos e atravessam em meio aos pedestres? O que achamos das milhares de motos sem placas circulando livremente todos os dias, muitas delas até com placas, mas cobertas com adesivos para que possam fazer o que bem entenderem sem serem multadas?
Achamos isso certo ou errado? E se achamos errado, só achamos isso quando “os outros” fazem? E nós mesmos? Fazemos isso ou procuramos dar o exemplo, inclusive para nossos filhos?
Falando em filhos, será que os pais de hoje se preocupam verdadeiramente com a educação de seus filhos? Não estou falando do ensino da matemática ou do português, mas sim de educação. Afinal, o professor está na sala de aula para educar ou ensinar as matérias? De quem é essa responsabilidade? Eu acredito que a educação vem de casa. E a responsabilidade é dos pais.
Falando em educação, não seria ela a base de tudo? Claro que sim! Afinal, o que será de um país com crianças sem futuro algum e cada vez mais alienadas? E a culpa, mais uma vez, é de quem?
O que quero dizer é que nós podemos fazer a nossa parte. Cada um de nós. E devemos cobrar isso de quem está nos representando no poder público sim, claro! Mas temos que ter a consciência de que também podemos fazer a nossa parte. E se você quer saber, de verdade, podemos infinitamente fazer muito mais que achamos que podemos. Podemos fazer muito mais que “os outros”.
Mas, de uma forma geral, preferimos apontar o dedo e achar culpados, quando já poderíamos estar fazendo a nossa parte.
E fazer a nossa parte não depende dos “outros”. Fazer a nossa parte não depende dos atuais “políticos de TikTok ou do Instagram”. Podemos, cada um de nós, colocar em prática algo que esteja ao nosso alcance, mesmo que seja pouco, mas que seja correto e honesto e com propósito.
Devemos começar a obedecer às regras, ensinar aos nossos filhos e filhas que o errado é errado e continuará sempre sendo. Devemos dar o bom exemplo, pois ele arrasta. Não devemos ficar somente falando, reclamando e apontando o dedo para “os outros”.
Se os políticos e os gestores não fazem nada, ou fazem o que não deveriam fazer, temos que ficar de olho e cobrar sim, mas assumindo a responsabilidade que nos cabe. E uma delas, nesse caso, é nunca mais eleger quem não merece. Temos que fiscalizar, temos que usar também as próprias redes sociais para tornar isso claro e evidente para mais pessoas. Temos que colocar a mão na massa e fazer a nossa parte. Temos que conscientizar pessoas.
As regras estão aí. As leis estão aí. As ferramentas estão aí. Tudo está disponível. Basta saber utilizar tudo isso. Mas precisamos verdadeiramente querer.
E, para finalizar, conseguiu chegar à resposta? De quem é a culpa? É sua? É minha? Ou é “dos outros”?
Instagram: @mentalidadecidada
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