Presidente concentra articulações sobre nova vaga no STF, alternativas para fechar as contas de 2026 e arranjos internos para o PSOL.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer usar esta semana para bater o martelo em três frentes estratégicas: a sucessão do ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF), as alternativas para fechar o orçamento de 2026 e a definição do papel político de Guilherme Boulos dentro do campo governista.
Os temas estão sendo tratados de forma simultânea por Lula e por ministros próximos, em meio a um ambiente de tensão política e fiscal.
Disputa pela vaga no STF
Com a aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso, Lula volta a ter a oportunidade de indicar um novo ministro ao Supremo — um movimento com grande impacto político e simbólico.
Nos bastidores, cinco nomes aparecem entre os mais cotados:
- Jorge Messias, advogado-geral da União, visto como o favorito por aliados.
- Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado, que tem apoio de parte do Congresso.
- Maria Elizabeth Rocha, presidente do Superior Tribunal Militar, defendida por setores que pedem mais representatividade feminina no STF.
- Bruno Dantas, atual presidente do Tribunal de Contas da União (TCU).
- Vinícius Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União.
A escolha deve ser feita até o fim da semana, segundo interlocutores do Planalto, mas a nomeação formal depende de aprovação no Senado.
Lula já indicou Cristiano Zanin e Flávio Dino para a Corte. Se mantiver o ritmo, poderá formar maioria própria no STF antes do fim do mandato.
Contas de 2026: o desafio fiscal
Além da pauta jurídica, o governo enfrenta um desafio concreto: fechar as contas de 2026 sem comprometer programas sociais e investimentos.
A equipe econômica avalia ajustes de metas fiscais, cortes pontuais e remanejamentos orçamentários como saídas possíveis.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentam encontrar um caminho que preserve a responsabilidade fiscal e, ao mesmo tempo, não desgaste o governo às vésperas da eleição.
Entre as discussões, há também a possibilidade de rever subsídios, conter o crescimento de gastos e ampliar a arrecadação com novas medidas de controle tributário.
O futuro político de Boulos
Outro ponto em análise é o destino político de Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal e um dos principais aliados de Lula.
O presidente busca acomodar o nome de Boulos em um projeto de longo prazo, de modo a manter o apoio do PSOL, mas sem gerar conflito com partidos da base, como o PT e o PSB.
Nos bastidores, a estratégia é garantir a unidade do campo progressista nas eleições municipais e nacionais, evitando divisões internas.
Lula avalia oferecer a Boulos um espaço político com visibilidade nacional, mas com controle direto da articulação pelo Planalto.
Estratégia e legado
A definição do sucessor de Barroso é peça-chave para o equilíbrio institucional e a influência de Lula no STF.
Ao mesmo tempo, a necessidade de readequar o orçamento pressiona o governo a tomar decisões impopulares, enquanto o destino de Boulos afeta a coerência da coalizão de esquerda para 2026.
Se conseguir alinhar essas três frentes — Corte, economia e base política — Lula fortalece o projeto de continuidade do governo e amplia seu legado institucional.
Em resumo
- Lula quer definir o novo ministro do STF até o fim da semana.
- Governo estuda alternativas para fechar as contas de 2026.
- O futuro político de Guilherme Boulos é pauta estratégica.
- Equilíbrio entre economia, Judiciário e alianças será decisivo para 2026.
Fontes consultadas: G1, CartaCapital, Migalhas, Reuters, Folha de S.Paulo.














































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