Brasília — O Senado Federal aprovou recentemente um projeto que prevê a criação de 530 funções comissionadas no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A estimativa apontada no plenário é de que essas novas funções impliquem um custo anual aproximado de R$ 25 milhões aos cofres públicos.
Detalhes da proposição
Conforme a tramitação no Senado, o projeto contempla a criação de dezenas de cargos comissionados — funções de confiança ou assessoramento — dentro de ambas as cortes superiores. A justificativa apresentada menciona a necessidade de estruturação de apoio técnico e administrativo para dar andamento a processos mais complexos, além de manter o nível de atendimento exigido nos gabinetes de ministros e nas unidades de suporte.
Segundo os relatos, o valor estimado de R$ 25 milhões anuais corresponde ao conjunto das 530 funções, embora a distribuição entre STF e STJ não tenha sido detalhada publicamente no momento da aprovação. O projeto segue para sanção presidencial e para posterior regulamentação interna das cortes.
Motivações apontadas
Entre os argumentos utilizados para embasar a medida, destacam-se:
- A necessidade de reter e qualificar servidores para tratar de processos de alta complexidade.
- A defasagem apontada nos níveis de funções comissionadas existentes nos gabinetes dos ministros, segundo articulação senatorial, que estaria dificultando a retenção de talentos.
- A previsão de que os recursos orçamentários para provimento das funções já estariam contemplados no teto de gastos da Justiça Federal, de modo a não gerar aumento imediato na despesa, segundo declarações em comissões.
Impactos e ressalvas
Apesar da justificativa técnica, o impacto orçamentário levantou críticas entre parlamentares de oposição e órgãos de controle. Os principais pontos de atenção são:
- A estimativa de R$ 25 milhões anuais representa um acréscimo relevante no gasto com pessoal para as cortes superiores, especialmente em um contexto de restrições orçamentárias.
- A falta de detalhamento público sobre quantas das 530 funções serão destinadas ao STF ou ao STJ, e em que nível hierárquico estarão, o que dificulta transparência e fiscalização futura.
- A alegação de que os recursos já estariam previstos no teto orçamentário não impede que, em exercícios seguintes, haja impacto no limite de gastos ou na necessidade de recomposição orçamentária.
Próximos passos legislativos e de implementação
Com a aprovação no Senado, o projeto aguarda sanção pelo chefe do Executivo para entrar em vigor. Após sancionado, caberá aos tribunais regularizar internamente as vagas, definir os perfis das novas funções, publicar editais ou portarias de provimento, além de inserir as medidas no orçamento anual de cada corte.
É importante acompanhar ainda a avaliação dos relatórios de execução orçamentária das cortes para verificar se a previsão orçamentária se confirma e qual será o impacto real para os exercícios futuros.
Por que isso importa?
Essa medida evidencia dois vetores significativos na administração pública brasileira: por um lado, o esforço para qualificar e dar suporte técnico aos tribunais em funções estratégicas; por outro, o desafio de equilibrar esse tipo de expansão de estrutura com o controle de gastos em um cenário de restrições fiscais. Em tempos em que a eficiência na máquina pública é objeto de atenção crescente, o modo como será utilizado esse novo arcabouço de funções terá relevância política, administrativa e orçamentária.
Fontes consultadas: Migalhas, Senado Notícias, Gazeta do Povo.













































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