Ministro do STF cobra explicações da Polícia Federal sobre registros de viagem considerados inconsistentes pelas autoridades americanas.
Determinação do Supremo
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (16) que a Polícia Federal (PF) apresente, em até cinco dias, esclarecimentos detalhados sobre a suposta viagem de Filipe Martins aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022.
A decisão faz parte da ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado no fim do governo Bolsonaro, na qual Martins é um dos réus.
Contradição entre Brasil e EUA
Segundo informações anteriores da PF, Martins teria embarcado em aeronave oficial da comitiva presidencial e ingressado em solo americano.
No entanto, o Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP) informou que não há qualquer registro de entrada de Filipe Martins no país naquela data.
O órgão chegou a considerar “falsos” os registros apresentados como comprovantes de entrada.
A defesa de Martins, por sua vez, sustenta que ele nunca deixou o Brasil naquele período.
Inconsistências e novas descobertas
- Em fevereiro de 2024, os pais de Martins disseram à PF que o filho vivia no exterior, mas agentes o encontraram em Ponta Grossa (PR), na casa da noiva.
- Nenhum passaporte de Filipe Martins foi localizado até agora.
- Durante o processo, Moraes chegou a afastar a defesa por atrasos, nomeando a Defensoria Pública, mas voltou atrás e restabeleceu os advogados originais.
Esses episódios aumentam a desconfiança em torno das informações sobre o paradeiro e os registros de viagem do ex-assessor.
O que o STF quer saber
A PF deverá responder a três pontos principais:
- De onde vieram os dados que afirmam a entrada de Martins nos EUA;
- Por que houve divergência entre os registros brasileiros e americanos;
- Se há indícios de adulteração nos documentos apresentados ao processo.
A resposta poderá definir o rumo da denúncia — inclusive se provas serão mantidas, anuladas ou reavaliadas.
Contexto político
Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, é um dos investigados por suposta participação em articulações golpistas após a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas.
O episódio da viagem tornou-se um símbolo de possíveis falhas na comunicação institucional entre Brasil e EUA — e reacende o debate sobre credibilidade das provas usadas em investigações sensíveis.
Conclusão
A decisão de Moraes representa um teste de transparência para a Polícia Federal.
Caso as explicações sejam insuficientes, o ministro poderá adotar novas medidas para apurar responsabilidades internas e externas, incluindo possível abertura de sindicância sobre falsificação de dados oficiais.
O processo segue sob sigilo parcial, e o julgamento ainda não tem data definida pela 1ª Turma do STF.
Fontes consultadas: Pleno.News, Metrópoles, Poder360, Revista Oeste e registros do CBP dos Estados Unidos.














































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