O Ministério Público do Trabalho (MPT) está na mira do deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP). Autointitulado de “príncipe do Brasil”, o parlamentar recolheu 66 assinaturas para a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que extingue o órgão de fiscalização em todo o país.
Para tanto, ele conta com o apoio da maioria dos deputados federais de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Esse último estado virou manchetes com a exploração de trabalho “análogo” à escravidão. 207 baianos estavam submetidos a serviços forçados em colheitas de uvas de famosas marcas de vinhos brasileiros (Salton, Aurora e Cooperativa Garibaldi). Todos foram libertados pela força-tarefa do MPT apoiada pela polícia.
Além dos sulistas, há apoio maciço dos parlamentares das bancadas conhecidas como sendo da Bíblia (evangélica) e da Bala (Segurança Pública). Dentre os nomes que assinaram o requerimento estão: Coronel Ulysses (União-AC), Delegado Fabio Costa (PP-AL), Capitão Alberto Neto (PL-AM), Capitão Alden (PL-AL), Delegado Caveira (PL-PA), Cabo Gilberto Silva (PL-PB), Coronel Meira (PL-PE), Sargento Gonçalves (PL-RN), Delegado Ramagem (PL-RJ) e Pastor Marcos Feliciano (PL-SP).
A emenda do “príncipe do Brasil” quer acabar também com as cortes de Justiça trabalhistas, incluindo as varas do Trabalho, os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e o Tribunal Superior do Trabalho (TST). Com tantos escravos sendo libertos em seus estados, os escravocratas parecem que encontram a solução definitiva: acabar com o incômodo da fiscalização e da punição.
A intenção de Luiz Philippe de Orleans vai de encontro ao pensamento do vereador de Caxias do Sul (RS) Sandro Fantinel (Patriota), que subiu à tribuna da Câmara para defender os patrões e condenar os baianos explorados, que na opinião dele, só querem “carnaval” e festa. Na ocasião, ele deu a receita: “contratem” estrangeiros, repetindo o que houve no passado com o fim da escravidão, se dispensaram os negros e trouxeram os europeus.