Parlamentares acusam o presidente do partido de gestão ‘autoritária’
A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, conhecida como Daniela do Waguinho, em referência ao marido, prefeito de Belford Roxo (RJ), e outros cinco deputados federais do Rio de Janeiro, eleitos em 2022 pelo União Brasil, pediram para se desfiliar da legenda.
Em ação protocolada no dia 6 perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os parlamentares alegam que o presidente do partido, Luciano Bivar, e o vice, Márcio Canela, fazem uma gestão “autoritária” e não respeitam o estatuto do partido.
Entre as ilegalidades, estariam o corte de senha do diretório estadual, que permitia a destinação de recursos do fundo partidário e a nomeação de comissões municipais provisórias e intervenções na Executiva Municipal na cidade do Rio de Janeiro.
“Não restam dúvidas de que os citados dirigentes pretendem constituir apenas comissões provisórias formadas por aqueles que lhes forem submissos, visando a obter o controle absoluto do partido”, escreveram.
Além de Daniela, pediram a desfiliação do União Brasil Chiquinho Brazão, Danielle Cunha, Rogério Teixeira Júnior, conhecido como Juninho do Pneu, Ricardo David e Marcos Soares. Da bancada do Rio, o único fora da lista é Murillo Gouvea.
Os parlamentares alegam, também, que “passaram a sofrer insultos e ameaças de intervenção, expulsão e suspensão, além do pedido de renúncia dirigido ao presidente estadual, Wagner Carneiro”, marido da ministra. Carneiro deve pedir a desfiliação do União ainda nesta semana.
No caso de parlamentares, a desfiliação de partido deve ser feita com autorização judicial, sob pena de perda do cargo legislativo, que, segundo entendimento do TSE, pertence à legenda, e não ao político.
Em despacho com data de segunda-feira 10, o ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou nesta terça-feira, 11, determinou que Bivar seja citado e apresente defesa em cinco dias.
O movimento dos parlamentares do Rio pode ter impacto na formação do ministério do presidente Lula, já que Daniela ocupa uma das três vagas reservadas ao União Brasil no primeiro escalão do governo. Mesmo acusada de proximidade com a milícia do Rio de Janeiro e outras irregularidades, a ministra segue no cargo.
Fonte: Revista Oeste