Governo planejava esconder imagens em que chefe do GSI aparece com manifestantes do 8 de janeiro
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) queria manter em sigilo por cinco anos as cenas captadas do circuito interno do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, quando o prédio invadido por manifestantes.
Uma das câmeras registrou o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias circulando no andar do gabinete presidencial e indicando a saída do prédio aos invasores.
De acordo com reportagem do jornal Estadão, o governo negou pelo menos oito pedidos de acesso às imagens do dia da invasão. Para impedir a divulgação das imagens, o GSI chegou a classificar as informações como “reservadas”, o que pela Lei de Acesso à Informação asseguraria a proteção dos dados até 2028.
Entretanto, o processo de classificação foi feito só depois que os pedidos de acesso às gravações já tinham sido apresentados ao governo. No dia 1 de fevereiro, o GSI emitiu um Termo de Classificação de Informação (TCI) impondo o grau de “reservado” a todas as imagens do circuito interno do Planalto.
O processo de classificação, inclusive, continha um erro: o termo incluiu a proteção somente às imagens gravadas a partir de fevereiro, deixando as gravações de 8 de janeiro como de acesso público.
Após ter os vídeos requisitados, o GSI correu para corrigir o erro na classificação do sigilo, retroagindo a proteção para 1° de janeiro de 2023.
General
Em resposta às acusações, o general alega que apenas indicou que os invasores deveriam ir para o segundo andar do prédio, onde seriam detidos por tropas do Exército.
Após pressão da opinião pública, o governo removeu Dias do GSI.