“O pessoal está vindo para cima de mim com lupa”, constatou Bolsonaro. “Eu esperava perseguição, mas não dessa maneira. Na terça-feira, nem tinha deixado o prédio da PF ainda e a cópia do meu depoimento já estava na televisão. É um esculacho.”
Ao falar sobre a articulação de um possível golpe de Estado, Bolsonaro negou a informação e disse ser vítima de inimizade, por ter cumprido a lei.
“O que eu fiz desde o começo, e arranjei inimizade por causa disso, foi repetir que ‘nós temos que jogar dentro das quatro linhas’”, lembrou o ex-presidente. “Muitos diziam que ‘os caras lá estão fora das quatro linhas’. Em muitos casos, estavam mesmo. E quais seriam as consequências de se tomar uma medida de força? Como ficaria o Brasil perante o mundo? Resposta: o país iria acabar, virar uma Venezuela mais rápido do que o PT conseguiria com a desgraça econômica que se está pintando no horizonte.”
Sobre Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens que está preso, Bolsonaro disse que há uma tentativa de envolvê-lo em uma situação constrangedora.
“Nunca tive nenhum motivo para desconfiar dele, e não quero acusá-lo de nada”, disse Bolsonaro. “Eu tenho um carinho muito especial por ele. É filho de um general da minha turma, considero um filho.”
Críticas a Lula
Na entrevista, o ex-presidente também criticou a condução do governo Lula. Segundo Bolsonaro, o petista está “potencializando” medidas que não deram certo no passado.
Bolsonaro disse ainda que basta permanecer quieto para o petista fazer a campanha da direita nas eleições de 2026.
“Quero apenas o bem do meu país, apesar de ter uma pessoa no poder que tem um passado triste e fica potencializando coisas que não deram certo lá atrás”, disse Bolsonaro. Está governando com o fígado. É uma figura senil, ultrapassada. Até o momento, a preocupação dele é dizer que pegou um país destruído. É só a gente ficar quieto que ele faz a nossa campanha para o futuro.”