O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), teve um breve encontro com Lula na manhã desta terça-feira, 2. O deputado levou a notícia de que o PL 2630, o projeto para implementar a censura na internet, não vai passar no plenário.
A votação está agendada para o período da tarde, mas pode ser adiada. Lira levou duas sugestões ao governo: adiar sem nova data estipulada e, nesse intervalo, abrir uma comissão para debater o tema com as big techs, ou apresentar um novo texto na próxima semana — o relator é Orlando Silva (PCdoB-SP). Lula não gostou da ideia porque gostaria de votar o tema antes de viajar novamente para a Europa. Aceitou, porém, que o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) tome a frente das negociações.
Pelas contas de Lira, pouco mais da metade dos deputados já decidiu que votará contra. Alguns líderes afirmam que 260 parlamentares vão rechaçar o projeto. A articulação é comandada, sobretudo, pela bancada evangélica, mas tem o respaldo das frentes do agronegócio e da bala — esse grupo é apelidado de BBB (boi, bala e Bíblia). Os conservadores temem retaliação da esquerda e tentativa de imposição da cartilha “progressista” nas redes sociais.
Também pesa a pressão feita pelas big techs depois da cruzada da extrema-esquerda contra o Google. Esse pelotão é liderado pela ala mais radical do governo, como os ministros comunistas Flávio Dino (Justiça) e Ricardo Capelli (GSI) e o líder no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).