A maior feira de tecnologia e agronegócio do Brasil, a Agrishow, começou de forma atípica nesta segunda-feira, 1, com a a ausência da cerimônia de abertura. A decisão de não fazer a formalidade foi tomada pela própria organização do evento após os atritos gerados com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. O presidente da Agrishow, Francisco Matturro, sugeriu que Fávaro fosse ao evento em outro dia pois o ex-presidente Jair Bolsonaro compareceria nesta segunda. Fávaro então decidiu não ir ao evento. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Bolsonaro se encontraram no evento. Lá, Tarcísio fez anúncios e os dois discursaram para o público e passearam pela feira acompanhados por apoiadores. Bolsonaro fez críticas à forma como Lula tem gerido demarcações de terras indígenas: “O que o agro precisa? Precisa de políticos que não atrapalhem vocês (…) Eu estava vendo agora a meia dúzia de homologações de terras indígenas pelo Brasil, assinado pelo cidadão que está lá no palácio da presidência. Por exemplo, uma das reservas indígenas, de 31 mil hectares, apenas existem lá nove indígenas. Algo não está certo”.
O ex-presidente e o governador também condenaram as invasões de terras por movimentos sociais. “Nós vamos proteger no Estado de São Paulo a propriedade privada. Não vamos tolerar invasão de terra aqui no nosso Estado (…) Aqueles que invadirem terras no Estado de São Paulo terão um destino só, a cadeia. Não vamos tolerar bagunça, baderna e a usurpação do direito de propriedade no Estado de São Paulo. O Estado de São Paulo vai dar o exemplo”, afirmou Tarcísio. O governador paulista saiu em defesa da CPI do MST: “A CPI é bem vinda porque a gente precisa esclarecer o porquê das invasões, quem financia isso e quem se beneficia com isso. Eu acho que tem espaço para todos. Aqui nós vamos empreender um grande esforço de regularização fundiária. A gente não vai descansar enquanto não regularizar e não dar título de propriedade para os assentados”.
Questionados sobre as eleições de 2026, Tarcísio desconversou e Bolsonaro afirmou que não tem ambições políticas. O governador de São Paulo destacou projetos para o setor do agronegócio e afirmou que a prioridade são os investimentos na agroindústria. Serão R$ 200 milhões em linhas de financiamento para micro, pequenas e médias empresas.