O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) reagiu às declarações do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que mais uma vez atacou a Operação Lava Jato, da qual o agora deputado, então procurador federal, foi o coordenador.
No programa Roda Viva, da TV Cultura, de segunda-feira 8, Gilmar afirmou que “Curitiba gerou Bolsonaro” e “tem o germe do fascismo”. “Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive todas as práticas que desenvolvem. Investigações a sorrelfa e atípicas. Não precisa dizer mais nada”, atacou Mendes.
Em um post no Twitter, publicado na manhã desta terça-feira, 9, Dallagnol afirmou que o ministro espalha uma mensagem de ódio, perversa e avessa ao sentimento de justiça. “O ministro destila um ódio que mostra o que há em seu coração. Sua mensagem é perversa e avessa ao que é justo, moral e ético. Suas palavras ilustram a inversão de valores que injuriam os brasileiros”, escreveu Dallagnol.
Além disso, o deputado afirmou que frequentemente Gilmar vota “sistematicamente em favor da absolvição e anulação de sentenças de corruptos, contra os votos técnicos de ministros como Edson Fachin” e que nunca “respeitou a liturgia do cargo, vedações da lei da magistratura, regras de suspeição, distanciamento dos réus nem compreendeu o papel do combate à corrupção para a preservação da democracia”.
Afirmando que sua luta não é contra o ministro, mas “a favor das pessoas e do que é certo, o ex-procurador da Lava Jato formulou uma série de indagações a Gilmar: “Há muitas questões que o Ministro Gilmar precisa responder: o senhor já ligou para redações pedindo a cabeça de jornalistas? Já ligou para universidades pedindo a cabeça de acadêmicos cujo trabalho lhe desagradou? Já ligou para políticos para fazer indicações? Ligou para ministros de outros tribunais para influenciar votos?”
Como uma espécie de desagravo, Dallagnol terminou a postagem com uma homenagem a Curitiba. “Nossa cidade é e continuará sendo luz para o país e o mundo. A aversão que alguns têm à bela República de Curitiba é porque o povo paranaense não tem sangue (ou sobrenome) de barata”, finalizou.