Defensor de Lula está sendo sabatinado nesta quarta-feira, 21, no Senado para vaga no STF
Durante a sabatina de Cristiano Zanin, advogado do presidente Lula, no Senado, ele disse que, caso se torne ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), não vai julgar os processos em que atuou como advogado. Zanin foi interpelado por duas vezes sobre o tema: pelos senadores Sergio Moro (União Brasil-PR) e Alessandro Vieira (PSDB-SE).
“Em todos os processos que atuei como advogado, seja qual for a parte, não poderei, como ministro, julgar esses processos no STF”, disse Zanin. “Afinal, existe uma lei que impede aquele que funcionou na causa, em qualquer posição, de vir a julgar essa causa. Isso é claro para mim. Vou seguir isso.”
Moro foi mais específico em seu questionamento, citando os casos da Operação Lava Jato — em que Zanin defendeu o petista. O senador perguntou se o advogado atuou na defesa de outros suspeitos na Lava Jato e que, nesse caso, se ele se afastaria do STF quando a operação fosse pautada.
Zanin respondeu, contudo, que apenas o fato de um processo levar o nome da Lava Jato não o impede de atuar no caso.
“Com relação à suspeição, as regras objetivas podem ser tratadas e enfrentadas”, explicou. “Nos processos que funcionei como advogado, não poderei julgar. Mas questões futuras preciso analisar os autos. O fato do processo ter a etiqueta com o nome ‘Lava Jato’ não pode caracterizar impedimento. Isso não é um critério para o controle jurídico. Vamos analisar cada conteúdo.”
Relação de Zanin com Lula
Sobre a relação próxima com o presidente da República, o advogado declarou que isso não vai impedir sua atuação no STF e que será subordinado apenas à Constituição.
“Minha relação com Lula se estabeleceu ao longo do tempo, não fui padrinho do presidente, mas prezo muito pela nossa relação”, explicou. “Neste ano, a única vez em que estive com Lula foi quando fui convidado para ser indicado ao STF.”
A sabatina de Zanin na Comissão de Constituição e Justiça começou às 10 horas de hoje. Ele precisa de 41 votos para que seu nome seja levado ao plenário do Senado.
Fonte: Revista Oeste
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