Petista fez citações aos quatro ditadores ao longo do intervalo entre os dias 29 de junho e 4 de julho
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez menção a diversos ditadores latino-americanos em declarações feitas entre os dias 29 de junho e 4 de julho. As falas, que aconteceram em entrevistas e discursos oficiais, trataram de desdobramentos políticos relacionados a aliados do petista como Fidel Castro, Hugo Chávez, Nicolás Maduro e Daniel Ortega.
A referência a Fidel, que governou Cuba entre 1959 e 2008, foi feita durante a abertura do Foro de São Paulo, em Brasília, no último dia 29 de junho. Em seu discurso, o petista citou o nome do ditador morto em 2016 por três vezes e disse que aprendeu “a admirar” o cubano porque ele “criticava pessoalmente e elogiava publicamente”.
– E é por isso que eu aprendi, ao longo da minha vida, a respeitar e admirar o companheiro Fidel Castro. Porque desde 1985, em toda a relação que eu tive com o Fidel Castro, ele nunca deixou de fazer a crítica que ele tinha que fazer pessoalmente e nunca deixou de elogiar publicamente. Ele agia diferente, ele criticava pessoalmente e elogiava publicamente – afirmou Lula.
Já a fala sobre Hugo Chávez, que governou a Venezuela entre 1999 e 2013, foi feita por Lula durante o discurso de posse do petista na Presidência do Mercosul, no dia 4 de julho. Na ocasião, Lula defendeu que o país vizinho não seja isolado e lembrou de um episódio em que pediu para o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, restabelecer relações com a Venezuela.
– Eu fui pessoalmente ao Obama, numa reunião em Trinidad e Tobago que a Argentina estava, que estava a Bolívia, e conversamos os presidentes todos da América do Sul e falamos pro Obama: “Obama, estabelece a relação com a Venezuela. Chama o Chávez para conversar” – declarou.
No entanto, foi a fala sobre Maduro, feita no dia 29 de junho, que talvez tenha sido a mais controversa em relação aos ditadores da América Latina. Ao repercutir a atual situação política da Venezuela em uma entrevista a Rádio Gaúcha, Lula disse que o conceito de democracia era “relativo” e instou os oponentes de Maduro a derrotar o ditador “nas próximas eleições”.
– Quem quiser derrotar o Maduro, derrote nas próximas eleições agora, vai ter eleições – disse.
Vale lembrar, porém, que, no último dia 30 de junho, a Venezuela tornou inelegível uma das principais opositoras do regime de Maduro, a ex-deputada Corina Machado. A ex-parlamentar aparece com mais de 50% das intenções de votos nas primárias opositoras, que acontecerão em outubro.
Por fim, em relação a Ortega, Lula disse que assumiria o compromisso de conversar com o ditador da Nicarágua sobre a relação do governo do país da América Central com setores da Igreja Católica. A fala ocorreu também no discurso de posse do petista na Presidência do Mercosul, no dia 4 de julho.
– Eu estive com o Papa Francisco agora e assumi o compromisso de falar com o Daniel Ortega na próxima semana a respeito da disputa lá com os setores da igreja – completou.
Fonte: Pleno.news
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