Em uma semana, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Búzios tiveram, pelo menos, quatro casos envolvendo agressão, violência e até morte
O assassinato da argentina Florencia Aranguren, de 31 anos, na trilha que dá acesso à praia de José Gonçalves, em Búzios, na quarta-feira (6), iniciou uma sequência de crimes contra a mulher na Região dos Lagos. Em uma semana, as cidades da região registraram, pelo menos, quatro casos.
Outro caso de larga repercussão aconteceu em Cabo Frio no domingo (10). O empresário Alexú Rosa foi preso por agredir a esposa. O homem ainda chegou a dar um soco em um policial e soltar dois cachorros em cima da equipe.
Logo depois, na segunda (11), a Polícia Militar prendeu um homem de 33 anos no bairro Porto do Carro por lesão corporal contra a companheira.
De acordo com a PM, a vítima acionou, primeiro, o Corpo de Bombeiros. Na ocasião, após a agressão, a mulher relatou sua versão da história e afirmou estar muito nervosa. Com a chegada dos policiais, a vítima reiterou o acontecido.
Logo depois, a mulher contou que o agressor usou cocaína e a obrigou a entregar o celular para ele. Enquanto a vítima conversava com os policiais, o homem estava trancado em casa. Ainda de acordo com a PM, ao retirarem-no do domicílio, ele ainda tentou ir agredir novamente a vítima.
Na terça-feira (12), mais um caso. No Tangará, em Cabo Frio, uma mulher de 26 anos denunciou o companheiro, de 25, por agressão. O agressor foi conduzido à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), em Cabo Frio, e, posteriormente, à 125ª DP, Central de Flagrantes, em São Pedro da Aldeia, onde foi autuado em flagrante.
Reincidência dos casos será pauta de reunião do Conselho de Segurança
A presidente do Conselho Comunitário de Segurança (CCS) de Cabo Frio, Patrícia Cardinot, comentou ao Portal Fontecerta.com que vê o crescimento dos casos de violência – sobretudo doméstica – como “assustador”.
“Ao mesmo tempo que cresce essa visível violência doméstica, a gente também observa que esse crescimento se faz porque as mulheres criaram coragem de denunciar, de pedir ajuda”, ponderou Cardinot. Dessa forma, Patrícia apontou que, em muitos casos, havia a ocultação e omissão desse tipo de violência.
De acordo com Patrícia, o trabalho das patrulhas Maria da Penha do 25º BPM e da Guarda Municipal é de excelência. A presidente do CCS ainda destacou o desempenho da titular da Deam de Cabo Frio, Waleska dos Santos Garcez.
Além de falar sobre o aumento da violência contra a mulher, Patrícia Cardinot apontou um crescimento dos casos de abuso infantil. Assim sendo, a empresária afirmou que é necessário denunciar. Para isso, existem os números 180, 190 e o aplicativo do Disque-Denúncia. O anonimato é garantido ao denunciante.
“O Conselho Comunitário de Segurança realiza, na segunda-feira (18), às 10h, a reunião para fechar o ano, lá no 25º Batalhão”, disse Cardinot. A reunião é aberta ao público.
Violência contra a mulher no Rio de Janeiro
Dados do Dossiê Mulher 2023, do Instituto de Segurança Pública (ISP), revelam um cenário assombroso para as mulheres do Rio de Janeiro. De acordo com o levantamento, em 2022, a cada 24 horas no estado, foram 344 vítimas de alguma forma de violência.
O feminicídio fez 111 vítimas nos municípios fluminenses. Dessas, 57,8% já tinham sofrido alguma forma de violência e 17, inclusive, já haviam obtido medida protetiva.
Fonte: Fonte Certa
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