Edilson Barbosa dos Santos, o “Orelha”, é dono de um ferro-velho e foi acusado de ter feito o desmanche do veículo usado no assassinato
O dono de um ferro-velho, acusado de fazer o desmanche e o descarte do veículo usado no assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, em 2018, foi preso durante uma ação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). A prisão ocorreu na quarta-feira 28.
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, foi preso em sua casa no bairro Santa Cruz da Serra, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ainda de acordo com os promotores, o suspeito é conhecido de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, ambos presos desde 2019, acusados de matar a vereadora e seu motorista.
Em sua delação, o ex-PM Queiroz afirmou que Santos foi acionado pelo ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, para se livrar do veículo usado no atentado. Corrêa também está preso por envolvimento no crime, desde julho do ano passado.
No depoimento, Queiroz relatou que, dois dias após o homicídio, ele e Lessa conduziram Santos até o local onde o veículo estava, situado em uma praça em Rocha Miranda, na zona norte do Rio de Janeiro.
O ex-PM também descreveu que, por intermédio de Corrêa, tomou conhecimento de que o Chevrolet Cobalt branco utilizado no crime foi levado para o “morro da Pedreira”, onde ocorria a desmontagem de veículos.
O novo preso no caso de Marielle foi levado para a Superintendência Regional da Polícia Federal, na zona portuária do Rio. Em seguida, será encaminhado ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça.
Assassinato de Marielle vai fazer seis anos
O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completa seis anos em 14 de março. A PF assumiu as investigações em 2023 e atualmente se baseia na delação premiada de Élcio Queiroz, que dirigia o carro usado no crime.
Depois do depoimento do ex-PM, os investigadores chegaram a novas suspeitas de envolvimento de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCERJ). Ronnie Lessa também fez delação, mas o acordo ainda não foi homologado pela Justiça.
Como Brazão tem foro privilegiado, o inquérito foi enviado ao STJ em outubro do ano passado. Ele disse estar estar tranquilo diante das citações de seu nome no caso do assassinato da vereadora e negou ter qualquer envolvimento com o crime.
Em julho do ano passado, agentes da PF que participavam das investigações informaram que, na delação, Queiroz apontou o também ex-policial militar Ronnie Lessa como o autor dos assassinatos de Marielle e Anderson.
Fonte: Revista Oeste
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