A ministra da Saúde, Nísia Trindade, fez um alerta na noite desta terça-feira (6) sobre o crescente número de casos de dengue no Brasil. Durante um pronunciamento transmitido em rede nacional, ela ressaltou a gravidade da situação de emergência, enfatizando a necessidade de uma mobilização coletiva que envolva não apenas o governo federal, mas também os governadores, prefeitos e toda a população.
De acordo com os dados do painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde, já foram confirmadas 40 mortes por dengue desde o início do ano, enquanto outros 265 óbitos estão sob investigação.
Nísia Trindade destacou a importância de medidas emergenciais por parte dos governantes municipais e estaduais, como a intensificação da limpeza urbana e o fortalecimento dos sistemas de saúde locais. Além disso, ressaltou a responsabilidade da população em adotar práticas preventivas, convocando para o que chamou de “mobilização nacional”.
“A situação atual demanda atenção urgente, com várias cidades brasileiras enfrentando uma crise devido ao aumento significativo dos casos de dengue”, alertou a ministra. “É imperativo intensificar os cuidados e medidas de prevenção. Este é o momento para o Brasil todo se unir na luta contra a dengue.”
Confira o pronunciamento da Ministra Nísia Trindade na íntegra:
“Várias cidades brasileiras estão enfrentando situação de emergência devido ao grande aumento dos casos de dengue.
O calor recorde e as chuvas acima da média desde o ano passado aumentaram os focos do mosquito transmissor. Essa situação exige ações adicionais do Governo Federal, dos governadores, dos prefeitos e de toda a população.
Este é o momento de intensificar os cuidados e a prevenção. Agora é hora de todo o Brasil se unir contra a dengue.
O Ministério da Saúde está dando total prioridade para essa ação. Ampliamos em R$ 1,5 bilhão o repasse de recursos para estados e municípios.
Um Centro de Operações de Emergências foi montado para analisar diariamente a evolução dos casos e mobilizar as ações de todos os órgãos envolvidos no enfrentamento à dengue.
É fundamental que os prefeitos e prefeitas intensifiquem os cuidados com a limpeza urbana, evitando o acúmulo de lixo e de água onde os mosquitos se proliferam. Da mesma forma, é essencial a ação dos governadores, apoiando seus sistemas de saúde.
E você, cidadão, cidadã, também tem um papel decisivo nessa prevenção.
Precisamos redobrar os cuidados com as nossas casas e em volta delas. Cerca de 75% dos focos estão dentro de casa. Vamos tampar as caixas d’água, descartar o lixo corretamente, manter as vasilhas de água dos animais sempre limpas, guardar garrafas e pneus em locais cobertos, retirar água acumulada dos vasos e plantas.
Nessa missão, conte com o trabalho fundamental dos agentes de combate às endemias. Receba-os, ajude-os na localização e na erradicação de possíveis focos do mosquito em sua casa e na sua vizinhança.
Se você tiver algum sintoma, como febre alta, manchas vermelhas pelo corpo, dores musculares intensas e atrás dos olhos, procure um serviço de saúde. Comece você mesmo a se proteger, bebendo bastante líquido.
Após 40 anos de enfrentamento a epidemias de dengue, temos agora uma importante conquista da ciência e da saúde: a vacina. O Brasil é o primeiro país a incorporar ao sistema público de saúde, o SUS, uma vacina para dengue.
A vacinação se dará de forma progressiva, dado o número limitado de doses produzidas pelo laboratório fabricante. Os critérios para distribuição inicial para um grupo de municípios foram baseados na incidência da doença e definidos pelo Ministério da Saúde e pelos conselhos nacionais de secretários de saúde de estados e municípios. Dentre o grupo para o qual a vacina foi autorizada, serão imunizadas as crianças entre 10 e 14 anos.
Ao mesmo tempo, o Ministério da Saúde coordenará um esforço nacional para ampliar a produção e o acesso a vacinas para dengue.
Convoco todos e todas para uma mobilização nacional, dos governos e de toda a sociedade, para que juntos enfrentemos os atuais surtos e, em breve, possamos fazer com que a dengue seja uma doença do passado.
Obrigada e boa noite.”
Ministério da Saúde
Fonte: Gazeta Brasil
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