Rio de Janeiro – Uma operação realizada nesta terça-feira (28) no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, resultou na apreensão de dezenas de fuzis — alguns com inscrições que remetem às Forças Armadas da Venezuela e de outros países da América do Sul.
De acordo com o delegado Vinícius Domingos, responsável pelo caso, o arsenal incluía fuzis G3 (alemães), K47 (russos), armas belgas e norte-americanas, além de dois modelos FAL com marcações atribuídas ao exército venezuelano. Também foram encontradas armas com inscrições de forças militares do Brasil, Argentina e Peru.
Segundo o delegado, mais de 90% das armas da chamada “plataforma R” — similar ao modelo K47 — são cópias falsificadas, embora mantenham alto poder de fogo. O armamento foi encaminhado à Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE), onde passará por perícia para identificação da origem e possíveis vínculos com outros crimes.
As autoridades acreditam que parte desse material tenha entrado no país por rotas de contrabando, especialmente por fronteiras da Amazônia e do Paraguai, utilizadas por organizações criminosas que abastecem facções do Rio de Janeiro.
A operação integra uma série de ações recentes voltadas ao combate ao tráfico de armas no estado, em meio a um aumento dos confrontos em áreas de ocupação do tráfico. A apreensão reforça a preocupação das forças de segurança com o armamento pesado em poder das facções, muitas vezes superior ao das forças policiais.
Domingos destacou que o levantamento detalhado das armas apreendidas será incluído em um banco de dados nacional, para auxiliar investigações em andamento e o rastreamento de redes internacionais de fornecimento.
“É um arsenal de guerra que reforça a necessidade de integração entre as polícias e o controle de fronteiras. Mesmo falsificadas, essas armas representam um alto risco e mostram o nível de estrutura das organizações criminosas”, afirmou o delegado.
A perícia definirá o destino dos fuzis. Armas em bom estado poderão ser incorporadas ao acervo policial; as demais seguirão para destruição sob ordem judicial.
Contexto
A presença de armas com inscrições estrangeiras reacende o debate sobre a origem internacional do tráfico de armamentos e os vazamentos de arsenais militares em países vizinhos. Especialistas apontam que a combinação de rotas de contrabando, fronteiras vulneráveis e falsificação industrial sustenta o fluxo constante de armas para o crime organizado no Brasil.
Fontes consultadas: Pleno.News, Gazeta do Povo, G1, Agência Brasil.













































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